Tensão e
calmaria intercalaram o primeiro dia de reuniões entre os Chefes de Estado da
OCX
Por Eduardo Oliveira, Agência SOI NEWS
Xangai, China –Na tarde desta quinta-feira (11), aconteceu
mais uma reunião ordinária de presidentes dos países membros, observadores e
parceiros de diálogo da Organização para Cooperação de Xangai (OCX). O grupo
de representantes discutiu a aceitação de novos Estados como membros
permanentes e a firmação de acordos entre países nas áreas de energia e
exploração do potencial turístico de algumas regiões.
A Presidente da Índia declarou, na ocasião da reunião do
Conselho de Chefes de Estado, o potencial do país com sua inserção na OCX. Ela esclareceu que as características com os outros países não são apenas
culturais, mas também no compartilhamento de problemas enfrentados.
O país, no entanto, padece da resistência dos outros
Estados. A presidente da China está receosa com o tema devido aos conflitos
presentes na Índia, o que poderia colocar em xeque a confiabilidade, a paz e a
segurança com a entrada de um país em situação de instabilidade com
outros.
“A delegação
indiana vê é uma postura um tanto quanto ambígua e de interesses muito escusos
por parte de alguns países”, afirmou a Presidente da Índia (Foto: SOI NEWS)
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Apesar disso, a nação indiana tem sua relevância reconhecida
por representantes como o Quirguistão, que defende a situação da Índia como
elencada nos critérios estabelecidos na carta da OCX. De modo semelhante, a
Rússia entende que a oposição à entrada da Índia é uma necessidade de
pacificação integral em suas relações exteriores.
A Chefe de Estado representante da Mongólia relembrou aos
presentes que, apesar das tentativas de convencimento por parte da Índia, esta
não assumiu, anos antes, a responsabilidade por alguns tratados de pacificação
pertinentes à questão bélica e nuclear. A Presidente indiana se defendeu, afirmando
que a reação negativa à proposta de entrada dos novos membros se dá por um
desvio de foco, utilizando a Índia como bode expiatório. “O nosso governo é
categórico: o programa nuclear da Índia jamais será usado para uma finalidade
beligerante que não seja defender o país se ele não for atacado”, declara a Presidente.
Possibilidade de
acordo
A Federação Russa deu o tom da sessão de discussões à tarde.
Propôs, inicialmente, o tema das fontes energéticas, visto que a riqueza em
potencial favorece uma melhor estruturação do mercado asiático nesse ponto. A
ideia teve prosseguimento através da sugestão da Rússia em aprimorar
tecnologias de extração de material energético, aperfeiçoando assim o seu
aproveitamento e atingindo a exportação de energia para alavancar os lucros do continente. Em resposta, à instigação do Chefe de Estado tadjique, a China
confirmou a necessidade de se contemplar a integração tecnológica, abrindo seus
polos científicos.
A Índia aproveitou a ocasião para manifestar seu interesse
na realização de acordos multilaterais de tradição de minerais e compra de
petróleo – intenção que foi logo ratificada pelo Presidente do Irã. O
Afeganistão e a Mongólia, em resposta à proposta russa, buscaram apoio concreto
através de acordos no campo energético.
A Rússia ainda sugeriu que se debatessem outros meios de
crescimento mútuo, estabelecendo esforços de exploração de opções distintas,
como o turismo de regiões pouco desenvolvidas nessa área. Expôs, ainda, a
realidade do Quirguistão, país rico em belezas naturais, porém que ainda perde
oportunidades frente à preferência massiva por países da Europa e América.