Karen Atala acredita que perdeu a guarda das filhas por motivos homofóbicos

Homossexual assumida, as filhas da juíza chilena estão sob tutela de seu ex-marido


Por Lara Paiva, Agência SOI News

São José, Costa Rica- A juíza chilena Karen Atala acredita que perdeu a guarda de suas filhas por motivos homofóbicos. As meninas têm entre as idades de 13 a 19 anos e estão morando com o pai, Ricardo Jaime López Allende, que é ex-marido de Karen. O matrimônio terminou no ano de 2002.
“Quando me separei de Ricardo, nós combinamos que a tutela ficaria comigo”, afirma Karen. Porém, a briga pela tutela das crianças começou quando ela se envolveu amorosamente com Emma de Ramón, sua atual companheira. 

Entretanto, a Corte Suprema do Chile concedeu o direito ao pai para ficar com as crianças, acusando que Atala não tinha condições de cuidar das garotas. Os membros da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) disse que as leis chinesas falam que a guarda será dada a outro progenitor, sem ser a mãe, quando há negligência ou abuso. 

Durante o depoimento na sede da Corte Interamericana de Direitos Humanos (Corte IDH), em Costa Rica, Karen apontou que exames psicológicos demonstravam que as filhas tinham interesse em morar com mãe, independente quem era seu parceiro amoroso. “Elas tinham amor, carinho e educação. Eu perdi o crescimento das minhas filhas”, lamenta. 

Comissão argumenta que desrespeitou o direito a família e abuso de autoridade, visto que desrespeitou a vontade das filhas. Além disso, tanto Karen quanto CIDH admitiram que a Justiça chilena investigou os dados pessoais da juíza. Atala falou no depoimento que colegas de trabalhos aconselharam que ela devesse entregar a guarda das meninas para o pai.  Na opinião de Karen Atala, esse tipo de investigação feito pelo Poder Judiciário foi bastante humilhante. 

A Corte IDH vai julgar se a Corte Suprema Chilena tratou o caso através de juízos de valor. “A intenção não é julgar quem as filhas merecem ficar, mas como foi o tratamento dos juízes chilenos”, afirma Daniele Gouveia, membro do CIDH. ”É inadmissível tratar um ser humano dessa forma”, complementa.
Comissão reivindica reparação a Karen e as filhas, investigar o que os juízes do Poder Judiciário do Chile levaram a essa decisão, estabelecer programas e diretrizes a não descriminalização e pagar os trâmites jurídicos.

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