Intensifica-se a
discordância entre países; discussão na OCX se polariza
Por Eduardo Oliveira (Agência SOI News)
Xangai, China - A Presidente do Cazaquistão, na ocasião da
conferência da última tarde (dia 12), invoca os outros membros da comunidade a
se pronunciarem quanto à reponsabilidade paquistanesa a respeito do incidente
de Chashma. “É absurdo que os senhores presidentes não tomem um posicionamento
diante do exposto pela Agência Internacional de Energia Atômica”, diz,
referindo-se à notificação pelo Conselho de Governadores da AIEA emitido por
ocasião da crise. A Presidente da Índia vê a necessidade de se avaliar a
situação do Paquistão, visto que a Agência Internacional pressupõe negociações
do governo paquistanês com organizações terroristas. “Mais do que palavras, é
preciso atitudes”, provoca.
O Paquistão concorda com a atitude prolatada pela Agência. A
Presidente não recusa a responsabilidade, e reconhece que foram tomadas
providências pelo país, como consta no texto do documento. No entanto, repudia
a hipótese de culpa: “o governo não tem ligação alguma com terroristas”.
Em resposta à necessidade de provas, o Cazaquistão estatui
que, comprovadamente, a usina é de responsabilidade do Paquistão. Sendo assim,
a administração de toda e qualquer falha é incumbência do governo paquistanês,
independente de ser aliado a iniciativas terroristas. A Índia provoca: “o
Paquistão está colhendo o que plantou”. Segundo a Presidente, a intervenção do
Paquistão na região Caxemira apenas demonstra o quanto o Paquistão financiou
estruturas bélicas extremistas no passado e, assim, estaria recebendo o reflexo
tardio de sua atuação.
A Rússia discorda do posicionamento indiano, considerando
que o Paquistão está sendo mais uma vítima do incidente. “Esse é o momento de
nós nos unirmos”, afirma o presidente russo. Para o chefe de estado, não se
pode permitir que tal ameaça continue se desenvolvendo. Propõe, em seguida, a
inclusão no manifesto em votação uma questão relacionada ao combate do
terrorismo.
Corroborando os russos, a Presidente chinesa se alinha a
favor do Paquistão nesse sentido. “Estamos aqui para nos solidarizarmos”,
afirmou a presidente. A preocupação chinesa está sobre a potencial morte de
cidadãos de seu território, mas relembra que o caso “é um mal que atinge a
todos”. Posteriormente, a reunião enveredou pelo enfoque de combate ao
terrorismo. A tensão, ampliada pela situação iminente de uma nova crise no
comitê, pode redefinir as prioridades do dia na reunião ordinária dos
Presidentes.